Bastonário desafia Luís Montenegro a incluir a saúde oral na estratégia do PSD para o setor

A propósito do roteiro para a saúde, Luís Montenegro esteve reunido ontem, 5 de julho, com as ordens profissionais do setor, para conhecer a realidade e os desafios das diferentes áreas. O PSD está a desenvolver uma agenda mobilizadora para a saúde (década 2030-2040) e discutiu o documento com as associações públicas profissionais.

A Ordem dos Médicos Dentistas esteve presente na audiência e o bastonário aproveitou para notar que “de todas as áreas da saúde, a medicina dentária é o parente mais pobre”, salientando o número reduzido de médicos dentistas no SNS.

Miguel Pavão evidenciou ainda que a saúde oral não consta na agenda mobilizadora do partido e desafio Luís Montenegro a integrar esta área na sua estratégia. E apontou os ganhos de incluir a medicina dentária na linha de ação para o sistema de saúde (que inclua os setores público, privado e social): “por um lado, a multidisciplinaridade, dado o papel dos médicos dentistas na redução das doenças orais e o consequente impacto positivo na saúde sistémica; e por outro, as mais-valias da adoção de políticas que conduzam à prevenção, mudança de comportamentos e à redução de riscos para a saúde”.

O bastonário da OMD desafiou ainda Luís Montenegro a “criar pactos de entendimento” para a implementação de medidas que possam “ser potenciadas” durante vários ciclos governativos. Trata-se de uma visão que, na ótica de Miguel Pavão, permitiria “definir políticas de saúde coerentes e de longo prazo”.

Na reunião, a OMD divulgou também que está a criar competências setoriais e que a área da “gestão em saúde” é uma das visadas, pelo que, em matéria de SNS, por exemplo, existem funções de gestão que podem ser alocadas aos médicos dentistas.

A fechar, e considerando que o PSD apresentou esta quinta-feira, 6 de julho, a debate no Parlamento várias recomendações para o SNS, Miguel Pavão propôs ao presidente do PSD a inclusão de uma taxa sobre as bebidas açucaradas na proposta a apresentar para a promoção da saúde e prevenção da doença, que sugere a consignação da “totalidade das receitas obtidas com o imposto sobre as bebidas não alcoólicas e 3% do produto do imposto sobre o tabaco”.