OMD lança Livro Branco da Medicina Dentária para promover o debate do futuro da profissão

A Ordem dos Médicos Dentistas apresentou o “Livro Branco da Medicina Dentária”, uma obra que traça o diagnóstico da profissão, espelhando a sua evolução e o contexto atual, ao longo de 10 capítulos. Um livro que, segundo o bastonário da OMD, “pretende gerar consensos e servir de base a novas políticas”.

Na apresentação desta obra inédita, que decorreu a 1 de julho, no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, Miguel Pavão salientou que se trata de “um manifesto, consciente e credível”, que visa promover uma reflexão “séria e ponderada em torno da saúde oral”.

O Livro Branco é “um repositório de reflexões, de criação de pensamento e de intervenção na medicina dentária”, aludindo aos médicos dentistas que “aportaram o seu conhecimento” para a materialização do documento e às várias personalidades portuguesas que prestaram o seu depoimento nesta obra. “Numa altura em que se discute o papel das ordens, este livro procura mostrar a relevante contribuição pública da medicina dentária para a evolução da saúde oral no nosso país”, acrescentou.

 

O coordenador do grupo de trabalho do Livro Branco da OMD, e presidente do Conselho Geral da OMD, Fernando Guerra, acrescentou que o principal objetivo desta obra “foi, e é, a apresentação de aspetos particularmente relevantes da realidade da medicina dentária portuguesa”. Entre outros temas, o livro faz o raio-x à profissão – quantos e quem são, onde trabalham, em que condições, onde estudaram, de onde vêm, para onde emigram – e é um alerta para questões como a empregabilidade, a emigração e a dicotomia excesso de médicos dentistas vs acesso e índices de saúde oral dos portugueses.

Na sessão de lançamento, Fernando Guerra considerou que o Livro Branco é também um instrumento de apoio à decisão e respetiva fundamentação, realçando que a obra vai possibilitar “a reflexão e o debate mais aprofundado sobre que caminhos devem ser estrategicamente delineados para a evolução” e definição de políticas para a profissão e a saúde oral.

Ministro da Saúde traça metas

Manuel Pizarro, ministro da Saúde e uma das personalidades que integra o repositório de testemunhos sobre o setor, marcou presença na sessão de apresentação.

Dirigindo-se aos órgãos sociais da OMD e aos médicos dentistas que participaram na cerimónia, Manuel Pizarro percorreu os dois principais projetos do Estado em matéria de saúde oral: o cheque-dentista e a instalação de consultórios de medicina dentária nos centros de saúde. Reconheceu que “a precariedade” dos médicos dentistas que estão no SNS “é insustentável” e apontou como meta para tomada de decisões “até ao final do ano”.

Além da intenção de duplicar os 150 consultórios instalados nos cuidados primários, Pizarro elegeu a vontade de “articular de forma virtuosa” os programas de saúde oral com o setor privado, “que não pode ser abandonado”, de forma a ser possível agir na prevenção da doença e da saúde.

O ministro da Saúde mencionou ainda o dossier da proteção radiológica, garantindo que o Governo está a trabalhar nesta legislação e que, “nos próximos meses”, esta matéria será resolvida.